quarta-feira, 6 de abril de 2011

Faltas

Em 26/03/2011

Hoje senti falta de tanta coisa...
Peguei a caneta e um caderno, mas faltava-me inspiração
Comecei a escrever sem saber o que dizer
As palavras me abandonam...
E o que resta fazer em uma hora como essa?
Autoanálise
Um passeio pelos pensamentos
Vasculhando sentimentos
Exercitando a compreensão
O que me incomoda?
Esse vazio e, ao mesmo tempo, tantas coisas
Mas o que elas significam isoladamente?
Por que olhar para o espelho e querer fazer uma plástica?
Carência de autoestima.
Por que colocar uma música que me lembra alguém e me faz chorar?
Carência provocada pela ausência.
Por que ficar olhando para o telefone, esperando que alguém ligue?
Carência de uma conversa amiga.
Por que devorar tantos chocolates de uma só vez?
Carência de prazer.
Por que invejar uma pessoa famosa que vive cercada de fãs?
Carência de atenção.
Por que esta vontade de mudar de emprego?
Carência de valorização.
Por que toda essa inquietação na busca de um novo desafio?
Carência de motivação.
Por que tanta desordem em minha vida?
Carência de foco.
E todas essas tentativas frustradas de silenciar a mente e meditar?
Carência de paz interior.
Muitas perguntas, as mesmas respostas.
Bem...
Eu não sou tão triste assim, mas é que hoje estou carente.


Por Aline D’Eça


(*Para fechar esse texto, adaptei uma frase dita por Clarice Lispector em uma entrevista. A dela dizia “Eu não sou tão triste assim, mas é que hoje estou cansada”).

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