quarta-feira, 19 de junho de 2013

Brasileirinho





Lá vai passando um menino
Ele carrega um pedido
Rabiscado em um cartaz
Na verdade, não é só isso
Ele pede muito mais

Lá vai o menino marchando
Sua voz se espalhando
Por ruas, viadutos, avenidas

Para ele não importa o caminho
Ele segue caminhando
Ele vai às ruas e ele convida

Todos os cansados
Todos os aflitos
Param pra ouvir o menino
Ele extravasa sua dor
Em um apito
Em um tambor
Em um grito

Lá vai passando um menino
Ele saiu do comodismo
Da esperança sem luta

Lá vai passando um menino
Ouçam, que bonito!
Alguém o escuta

Ouçam as vozes pelo caminho
É o menino que vai passando
E ele já não passa sozinho.


Por Aline D’Eça
Em 18/06/2013

domingo, 16 de junho de 2013

PELO AR



















E se o mundo virasse de cabeça para baixo
E tivéssemos que morar nas nuvens
E caminhar pelo céu, tapete de azul infinito,
Com cuidado para não tropeçar em estrelas?
E se o mar fosse o nosso teto
E, olhando para cima, admirássemos
Os golfinhos a saltar
As baleias a bailar
E contássemos as estrelas do mar?
E se a Lua fosse o nosso refúgio
E passássemos as férias nos anéis de Saturno
A lua de mel em Vênus
E o verão em Mercúrio?
E se pudéssemos pegar carona
Na cauda de um cometa
Ou viajar em uma estrela cadente
E voássemos por entre florestas e rios
E admirássemos as paisagens da Terra
E se, admirados, sonhássemos em colocar os pés no chão
E, assim, passássemos a dar mais valor
Ao que já temos a nossa disposição?

Por Aline D’Eça
Em 15/06/2013

domingo, 9 de junho de 2013

SUJEITO E PREDICADO

























Tem um espaço reservado em meu peito
E toda noite, quando eu deito,
ele se amplia, invadindo o meu leito.
Se é ausência ou presença, eu não sei.
Eu só quero dar um jeito
neste coração desordenado
que, sem ritmo e sem compasso,
pulsa com defeito.
Porque amar é verbo, é predicado
mas exige um sujeito.

Por Aline D’Eça
09/06/2013