Eu sou para sempre. Embora não seja para
sempre igual. Sou alguma coisa inteligente além do corpo material. Sinto
pertencer ao universo e, como ele, estar em constante mutação. Sou resultado do
que eu já fui e, hoje, ainda sou construção.
Sou além do que vejo, além do que sinto,
além do que penso. Em mim, existe algo mais amplo, que vai além das lembranças
e sentidos. Sou fragmentos de uma história registrada em desconhecido arquivo. Uma
vastidão de “eus” esconde-se em alguma parte escura da memória: vários rostos que
se embaralham atrás de um mesmo véu.
Eu não sou apenas o que no espelho está
refletido. Não sou abstrato, sou real. Sou além de um nome e de uma imagem:
existo e tenho um sentido. Sou reflexo do meu conteúdo mental.
Apesar das desigualdades, reconheço-me
em imagens que nos outros projeto. Sou construção coletiva, mas tenho a
singularidade. E do meu destino sou o arquiteto.
Em algum lugar em mim, há uma luz que
irradia e uma escuridão que interroga. Mergulho para dentro em busca de
respostas. Às vezes, sem ar e sem coragem, me recuso à necessária imersão. Mas
a vida me convida a prosseguir, em benefício da minha evolução.
Sou um mundo dentro de outro mundo. Sou
o princípio e não sou o fim. Sou vasto, incógnito e profundo.
Sou razão e sou emoção, um emaranhado de
pensamentos e sentimentos. Atraio meus pares por afinidade. Às vezes acredito
ser o que não sou, mas a vida traz sempre a lição da verdade.
Sou novo e sou antigo. Acumulo
experiências e estou em constante aprendizado. Traço novos caminhos e,
caminhando, às vezes repito os tropeços. Mas tenho sempre a chance do recomeço.
Sou ser livre em temporário cativeiro
material. Sou o responsável pelo meu progresso. Trilho o meu destino universal.
Sou o ponto de continuação. Trago
bagagens de outras existências. Estou em constante chegada e partida. Sou o
comandante da viagem, o condutor do veículo, o que escolhe a direção da minha
vida.
Sou único e sou sozinho. Não há no
universo outro igual. Sou o que sou. Sou inteiro. Eu sou um espírito imortal.
Por Aline D’Eça em 02/08/2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário