terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
2 de fevereiro
Grande foi o número de ondas que se quebrou na praia
Desde que partiram para o mar
Pescadores, confiantes ou indecisos, medrosos ou destemidos,
Em um mesmo barco, à procura de boa pescaria
Mas o mar, traiçoeiro e revolto, deixou água entrar no convés,
O sonho quase cair
Quantas noites insones!
Pescador, sem desistir, levantou velas, enfrentou ondas, seguiu caminho
Novos ventos sopraram
Companheiros desembarcaram
E chegou o grande dia
De retornar à terra firme
O velho tempo terminou...
E o pescador desce do barco mais experiente, mais inteiro
Descansa os pés na areia, olha pr'o mar
Reflete os anos passados, sente saudades dos que com ele lutaram
E rende graças aos céus, a todos os santos e a Iemanjá
É chegado o dois de fevereiro
É noite de lua cheia
Ouçam! É o canto da Sereia!
Inaê, Mucunã, Rainha do Mar, Janaína vem batizar
Vitoriosos, pescadores recebem apelido em Yorubá:
Omísínà, nome de sorte, o poder das águas que abrem caminhos
Que a benção da mãe-orixá que dança no mar
Traga sucesso pr'a nossas vidas,
Pois hoje a despedida indica para nós uma nova partida!
Por Aline D'Eça
Obs.: Esta foi a "Mensagem da Turma" escrita por mim para o convite de formatura.
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