segunda-feira, 12 de julho de 2010

Despertar de uma borboleta























Acorda... É hora de viver
Abre as asas a jovem borboleta
São tão belas e delicadas
Mas aguarda... ainda não pode utilizá-las

Sei... quer logo voar
Esperar a deixa inquieta
Afinal, para quê abandonou o casulo
Se ainda não pode conquistar o mundo?

Contorce-se a borboleta
Paciência, a vida é um estágio
E cada etapa vencida é um presságio
De novas surpresas da natureza

Quando era ovo, pequenino e delicado,
Sua trajetória não era capaz de imaginar
Muito menos que um dia poderia voar

Foi lagarta voraz e rastejante
Ferindo ou camuflando-se, se defendia dos perigos
Não confiava em ninguém, afinal só enxergava inimigos

Depois, solitária e exausta daquela vida sem aspirações,
Decidiu pela metamorfose necessária
E recolheu-se numa frágil e silenciosa crisálida

Ali, sem luz, sem alimento, em segredo
Teceu o seu futuro na clausura
Esforçou-se por perder as armaduras
Que a prendiam a um passado obsoleto

E então, após uma longa espera
A mudança mais completa e incrível!
O corpo grosseiro e escravo
Agora é tão belo e sensível!

O mundo parece tão vasto
E veja só quantas cores!
Deixe para trás as folhas
Poderá planar sobre as flores!

Borboleta, para quê tanta ansiedade?
Espere apenas suas asas secarem
Para voar certa e segura ao encontro de sua felicidade!


*Por Aline D’Eça
Em 12 de julho de 2010

Um comentário: