quinta-feira, 20 de maio de 2010
Para trás
Certa vez conheci um homem
E com ele por muito tempo caminhei
Não sei exatamente onde o deixei
Mas ele ficou para trás
Eu não sou mais aquele velho homem
Eu não sinto o que ele sentia
Eu não ajo como ele agia
Para quê sofrer pelo que aquele homem fez?
De quê adianta condená-lo pelas suas escolhas,
Se ele já foi submetido ao pesado jugo
De sua própria consciência?
Eu não preciso insistir na lembrança daquele homem
Ele ficará guardado na turva memória
De um passado que não é muito distante
Aquele velho homem ignorava as leis da vida
E escolheu sementes erradas para semear
Mas, embora tenha tentado escapar,
Ele não conseguiu fugir da necessária colheita
Por muito tempo compartilhei com os enganos daquele homem
Mas já não preciso ficar com o que ele deixou
O passado daquele homem já não é meu
Eu não penso como ele pensava
Eu não acredito no que ele acreditava
O que ele era já não sou eu
Aquele homem passou
Aquele homem sofreu
Aquele homem caminhou
Aquele homem aprendeu
Não foi em vão que aquele homem chegou onde estou agora
Ele tinha uma vontade de vencer que ainda é minha
Mas agora ele tem outros objetivos
Aquele homem deixou as armas
E aprendeu a lutar uma nova luta
Aquele homem aprendeu a resistir
Em uma nova forma de resistência
Aquele homem teve um passado
Mas hoje ele tem o futuro
E em sua busca ele tem encontrando oportunidades
Que oferecem novos sentidos à sua existência
Eu tive um encontro com o velho homem
E o novo homem ainda tenta um encontro consigo
Pois uma coisa ainda falta àquele homem:
A inadiável necessidade de se perdoar
Mas sei que eu estou tentando
E certamente ele conseguirá.
Por Aline D’Eça
Em 20/05/2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Boa poesia, um tanto neorromântica e até reflexiva em relação do indivíduo que se relaciona e de si própria que se relaciona consigo mesma. Muito bom espaço, e ótimas poesias.
ResponderExcluirUm cordial abraço.
Razão e sensibilidade agora caminham juntas!!
ResponderExcluirContinue crescendo.
Lázaro Brandão